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Plano de Mobilidade do Tua implementado no início do verão

Os trabalhos finais para assegurar todas as condições de segurança para a circulação na linha do Tua avançam em breve e têm um prazo de execução de seis meses.

Todas as expetativas apontam para que no início do próximo verão o Plano de Mobilidade multimodal do Vale do Tua entre em funcionamento. Em novembro foi criada uma comité de seguimento do projeto, que integra a Secretaria de Estado das Infraestruturas, a EDP, a IP, o IMT, a CP, a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua (ADRVT), a empresa privada que vai operar no Vale do Tua e a Câmara Municipal de Mirandela, dado que o maior investimento nesta fase de consolidação e adaptação da linha férrea ocorre neste concelho.

Esta comissão tem como missão acompanhar todos os trabalhos, que têm como prazo de execução seis meses, de forma a evitar derrapagens, reunindo quinzenalmente para fazer a avaliação do processo. “A constituição desta comissão significa que a partir de agora todos falamos a uma só voz, os interesses são comuns a todas as partes e em conjunto vamos fazer de tudo para que estas expetativas se concretizem nos prazos definidos”, explica José Paredes, presidente da ADRVT.

Todos os estudos e planos de execução das intervenções necessárias já estão prontas, os trabalhos no terreno vão começar muito em breve.

Esta nota foi deixada por José Paredes em Mirandela, no decorrer de uma conferência de imprensa convocada por aquele município, para informar que, devido à execução do Plano de Mobilidade, o metro de Mirandela vai ser suspenso a partir da próxima semana, sendo o transporte da população feito por via rodoviária. “É necessário interromper este serviço porque a linha precisa de uma intervenção para garantir todas as condições de segurança exigidas no âmbito deste projeto”, explicou a presidente da Câmara de Mirandela, Júlia Rodrigues. Na estação da CP desta cidade vai também ser construído um hangar onde vai ficar o comboio turístico.

Recordamos que o Plano de Mobilidade capaz de criar uma oferta turística de qualidade e garantir a mobilidade quotidiana das populações é uma das principais contrapartidas pela construção do empreendimento hidroelétrico do Foz Tua.

É a primeira vez que em Portugal um operador privado vai operar na ferrovia o que tornou o processo mais moroso.

A ADRVT tem-se mantido firme na defesa dos interesses das populações e do território e, após largos meses de negociações, em março deste ano conseguiu chegar a acordo com o Governo para garantir a concretização do ambicioso Plano de Mobilidade para o Vale do Tua que, simultaneamente assegura a criação de uma oferta turística que não existia, e é tida como produto estratégico de desenvolvimento do território, bem como a mobilidade quotidiana das populações.

Esse acordo determina que o Governo financie a manutenção da linha mantendo-se os 30 quilómetros da linha férrea do Tua propriedade da Infraestruturas de Portugal (IP), que assume manutenção das obras de arte, túneis e geotecnia.

A IP concessionou à ADRVT o troço entre Brunheda e a Estação Ferroviária de Mirandela-Carvalhais, incluindo a infraestrutura de via, infraestrutura de obras de arte, superestrutura de via, passagens de nível e cais de embarque, bem como, o património existente ao longo da linha, designadamente os edifícios das estações.

Foi ainda estabelecido um acordo entre a CP, a IP e a ADRVT para regulamentar os termos em que o serviço de transporte de passageiros é assegurado, com qualidade e em segurança. A agência obriga-se a assegurar, por si ou através de terceiro, o transporte de passageiros no âmbito do sistema de mobilidade turística e quotidiana do vale do rio Tua.

Este acordo resolveu o impasse, mas para que o comboio volte a circular ainda é necessário esperar pela execução dos trabalhos que foram determinados no seguimento da análise dos testes de segurança ao novo material circulante que o empresário Mário Ferreira, que vai explorar turisticamente este projeto, tem disponíveis há alguns meses. Estes trabalhos contemplam a instalação de equipamento informático, através de fibra ótica, “para detetar o movimento de blocos ao longo dos taludes”, além de drenagens e reabilitação dos carris entre o Cachão e Mirandela e consolidação de taludes.

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