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Conferências Incubadora do Tua

“Apostamos num Turismo de valor e não de volume”

Através da “Tua Incubadora”, o Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT) promove conferências que visam qualificar os empreendedores locais, numa base de oportunidade e sustentabilidade.

O PNRVT é o único parque natural do país que possui uma incubadora de empresas que, por sua vez, é a única que não cobra pelos serviços que presta, “tendo como única exigência que a empresa apoiada tenha a sua sede social num dos cinco concelhos que integram o Vale do Tua: Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor”, clarifica o diretor do PNRVT, Artur Cascarejo.

Quando nasceu, há dez anos, esta área protegida, definiu três linhas de ação prioritárias: conservação e biodiversidade; turismo de natureza; e desenvolvimento económico e social. É nesta última que se enquadra a Tua Incubadora, que está certificada, integra a Rede de Incubadoras do país, trabalha diretamente com a StartUp Portugal, e que já apoiou o nascimento de mais de uma centena de empresas neste território. Os empreendedores apresentam uma ideia, que a incubadora ajuda a desenvolver, trabalhando o conceito, fazendo a análise de mercado, idealizando a estratégia de marketing e preparando o plano de negócios. Para isso montou uma rede de suporte, que integra dois Fab Lab (espaço de fabricação digital), em Alijó e Vila Flor, respetivamente, medidas de incentivos como o StartUp Voucher, o StartUp Visa e o Empreende XXI, e ainda diversas parcerias com entidades e instituições de ensino superior, nomeadamente, o Instituto Politécnico de Bragança, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Universidade do Minho.

E foi no âmbito da Tua Incubadora que o PNRVT organizou duas conferências com temáticas distintas.  

Em Mirandela, no Centro Cultural decorreu a conferência “Os Novos Indicadores para a Competitividade do Território”, uma iniciativa que proporcionou aos empreendedores uma oportunidade para conhecerem as novas medidas e apoios disponíveis para a dinamização e competitividade do território. Este evento, além de promover o conhecimento e a colaboração entre os diversos atores regionais, sublinhou o papel crucial das incubadoras e dos programas de apoio na criação de um ambiente propício ao crescimento económico e à competitividade do território.

Em Carrazeda de Ansiães, no Centro de Apoio Empresarial aconteceu a conferência de Turismo de Inovação na Região do Tua.

Artur Cascarejo sublinhou a importância de informar e educar os agentes do território para a necessidade de trabalhar no Turismo de Natureza de forma sustentável, “dentro da responsabilidade que temos de permitir que o turismo exista hoje e permaneça para os nossos filhos, para os nossos netos, apostando num turismo de valor e não de volume”.

Este responsável sublinha a fragilidade que existe “em manter o equilíbrio entre conservar e transformar”, defendendo um turismo que “traga valor para o território, anime os pequenos negócios”.  

O PNRVT tem apostado na qualificação dos empresários locais de forma continuada. Sempre que estrutura um novo produto chama os agentes ativos e faculta-lhes cursos de formação gratuitos, com especialistas em cada uma das áreas. As conferências são também um caminho para a informação. “Nós podemos estruturar um produto, como temos os Percursos Pedestres o Birdwatching ou o Astroturismo, mas depois se não tivermos os operadores no território que desenvolvam o produto e se não tivermos reflexos para a economia local perdesse na cadeia de valor”, insiste.

O testemunho da empresa de animação turística PORTUGALNTN, serviu para Artur Cascarejo reforçar a sua linha de pensamento: “ouvimos uma empresa que é uma referência nesta matéria, que é a PORTUGALNTN, o que as pessoas que nos visitam querem é ter experiências únicas, autenticas que não têm nos sítios de onde vêm e para isso é preciso ir ao terreno, recolher a identidade do nosso território, das suas pessoas das suas gentes, comer a cereja, provar o vinho, provar o azeite no sítio onde são produzidos”, argumenta. “As pessoas querem regressar ao paradigma de equilíbrio entre o homem e a natureza, que sabem que se está a perder”, continua.

Para além destes princípios estratégicos de atuação, estas conferências serviram também para informar os empresários dos fundos comunitários existentes, das exigências que estão a ser impostas pela União Europeia em matéria de Sustentabilidade, da importância da Comunicação e do Marketing, e do papel dos próprios municípios na criação de infraestruturas que sirvam de suporte à atividade turística e ao desenvolvimento económico e social dos territórios.

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