É a concretização de um sonho com 20 anos. O Centro Interpretativo Cabeço da Mina, em Assares, Vila Flor, abriu portas em agosto deste ano e conta “histórias” com mais de quatro mil anos. Uma viagem ao Calcolítico (c. do 3.º milénio a. C.).
O Cabeço da Mina, em Assares, Vila Flor, classificado como Interesse Público em 2014, não é visitável, o espaço é propriedade particular, mas as campanhas arqueológicas realizada no local apontam para a existência de um santuário pré-histórico, datável do Calcolítico (c. do 3.º milénio a. C.). Os achados feitos no local estão agora exibidos no Centro Interpretativo Cabeço da Mina, localizado no núcleo urbano da aldeia de Assares, e podem vistos por todos.
“ Não temos dúvidas que é um espaço museológico entre o melhor que se faz no país”, declarou António Ponte, diretor-regional de Cultura do Norte, na cerimónia de inauguração.
É essencialmente com recurso a imagens e a ferramentas multimédia, que se conta se explica a importância arqueológica, não só do Vale da Vilariça, mas de toda a região, com identificação de outros lugares igualmente de levada importância histórica.
Ali são exibidos alguns achados arqueológicos originais e algumas réplicas, que no seu conjunto nos permitem fazer uma viagem até ao Calcolítico.
O presidente da Câmara de Vila Flor, Fernando Barros, um dos mentores do projeto, reconhece que foi um processo “difícil”, comentando, com alguma emoção, que nunca deixou de acreditar: “Foi uma viagem longa, mas chegamos a bom porto”, sublinhou.
As campanhas arqueológicas e a montagem da exposição deste Centro foi coordenada pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN). Alias, este espaço vai integrar uma rede de equipamentos ligados à arqueologia que aquela entidade coordena.
“Os conteúdos informativos e interpretativos foram elaborados com todo o cuidado e estão disponíveis para a população, para que sejamos nós os primeiros a conhecer e valorizar o património e a história que aqui nos é contada, e disponíveis para quem nos visita”, acrescentou o autarca.
Este projeto insere-se num protocolo de Reabilitação e Valorização de Património Cultural, assinado em 2013 entre a EDP, a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua (ADRVT) e a DRCN. O financiamento é conjunto e representa no total, nas intervenções que estão a ser realizadas nos cinco municípios que integram a ADRVT, 1,5 milhões de euros.
Este centro fica integrado na rede de Património Arqueológico tutelada pela Direcção Regional de Cultura do Norte mas fica também integrado na rede de equipamentos e de ofertas de valorização do território que a ADRVT está a criar.