No dia 21 de fevereiro abre as portas aquele que é um dos projetos mais emblemáticos do Vale do Tua: o Centro Interpretativo Vale do Tua, que vai estar totalmente aberto à comunidade, com entrada gratuita, de 22 a 25 de fevereiro.
Este equipamento que resultou da requalificação de dois edifícios já existentes, guarda e promove a memória do território. A musealização do espaço custa cerca de 240 mil euros, e está dividida em três temas principais: O Vale, a Linha do Tua e a Barragem.
De acordo com as exigências do promotor do projeto, a ADRVT, o tema “O Vale”, pretende levar o visitante a envolver-se com o vale do Tua em toda a sua dimensão, natural e humana. Numa área tunelar (foi criado um túnel em cortiça) é recriada uma cápsula temporal que direciona o visitante num percurso de milhares de anos, desde a dimensão geológica e natural do vale até ao seu povoamento.
No tema “A Linha do Tua” o objectivo é recordar e aproximar. A ideia é levar o visitante a recordar o caminho-de-ferro e compreender a realidade local, podendo envolver-se com o sentimento dos habitantes pela perda do acesso ao comboio. A ligação entre a via-férrea e os residentes do Douro e Trás-os-Montes é o momento que se celebra.
No tema “A Barragem” quer-se levar o visitante a compreender a barragem como algo incontornável ao do Tua, independentemente do posicionamento de cada um, demonstra-se a relação estabelecida pelo desenho do arquiteto Eduardo Souto de Moura, entre a paisagem e a exigência da tecnologia. A cenografia tenta demonstrar a coexistência da diversidade de opiniões, de paisagens e desenhos que culminaram no processo hídrico do Tua. Qual o papel fundamental da barragem do ponto de vista socioeconómico, do aproveitamento hidroelétrico na região e país, as preocupações culturais, patrimoniais e ambientais na conceção construção.
O discurso museográfico do CIVT pretende despertar emoções e gravar-se na memória dos visitantes, através de dois contextos expositivos, a exposição de longa duração e as exposições temporárias.
Recordamos que a construção do CIVT, que resulta da recuperação e revitalização dos dois armazéns ferroviários existentes na Estação do Tua, concelho de Carrazeda de Ansiães. Este projeto, no seu conjunto, representa um investimento superior a dois milhões de euros e resulta das medidas de compensação da EDP para o território, decorrente da construção do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua.
O CIVT será o espaço de excelência para a preservação da memória do Vale do Tua, consagrando a Linha Ferroviária do Tua e promovendo a história deste território, a sua importância económica, social e cultural.