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Centro Interpretativo do Vale do Tua recebeu mais de 2500 visitantes

Inaugurado a 21 de fevereiro deste ano, o Centro Interpretativo do Vale do Tua (CIVT), situado em Foz Tua, Carrazeda de Ansiães, já recebeu mais de 2500 visitantes.

O espaço de memória, divulgação e promoção de todo o Vale do Tua, está a ser gerido pelo município de Carrazeda de Ansiães e funciona apenas de quarta a domingo das 12h00 às 18h00. Os números não seriam surpreendentes se o CIVT se situasse num aglomerado urbano do território mas, pelo contrário, fica numa localidade que não é de passagem, o que significa que todos os visitantes que se deslocaram ao espaço o fazem com o propósito de o visitar.

O CIVT ainda não foi alvo de nenhuma campanha promocional significativa, a divulgação faz-se apenas pelas redes sociais do município que o gere e da Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua (ADRVT), que foi o promotor.

No entanto, é sabido que o Vale do Tua, só por si, é motivo de atração de públicos muito específicos, essencialmente, amantes da natureza e da paisagem.

São principalmente estrangeiros os visitantes deste espaço, muitos ingleses, que chegam ao local de carro ou usando o comboio, pela linha do Douro que ainda chega ao Pocinho, passando por Foz Tua.

E é previsível que estes números aumentem exponencialmente quando o Plano de Mobilidade do Vale do Tua entrar em funcionamento.

Recentemente o Município de Carrazeda de Ansiães e a CP, Comboios de Portugal, assinaram um protocolo que visa divulgar e promover a ligação entre o CIVT e os utilizadores da Linha do Douro.

Com este protocolo os passageiros da oferta regular, comboios InterRegionais e Regionais que circulam diariamente na linha do Douro, e dos Comboios Históricos, que circulam na linha do Douro entre finais de Maio e Outubro aos Sábados e Domingos, podem usufruir de condições especiais de acesso ao CIVT através da atribuição de um desconto de 50% na emissão do bilhete.

Por sua vez a CP comboios de Portugal fica responsável por proceder à promoção e divulgação do CIVT, disponibilizando para o efeito cartazes e folhetos promocionais nos balcões/receção de atendimento das principais estações.

Solução Arquitetónica adotada no CIVT recebe distinção internacional

Outra das razões para um esperado aumento de visitantes tem a ver com a distinção conseguida pelo gabinete de arquitetura do CIVT, pelas soluções ali implementadas, que agora são referência internacional.

A 8ª edição dos prémios VMZINC® ARCHIZINC TROPHY distinguiu 12 projetos, havendo 4 ateliers portugueses vencedores, entre eles o atelier Rosmaninho+Azevedo – Arquitectos, responsáveis pelo desenho e implementação de soluções arquitetónicas no velho armazém da estação do Tua, que agora deu lugar ao centro interpretativo.

Uma competição bi-anual que na mais recente edição contou mais de 150 inscrições.

No caso do Centro Interpretativo do Vale do Tua foi a solução de aplicação de zinco na cobertura do antigo armazém recuperado, onde agora funciona o espaço expositivo, área de documentação e investigação, que valeu aos projetistas esta distinção.

O que pode ver no CIVT

A exposição permanente que compõe o CIVT está dividia em três grandes temas: o vale, a linha do Tua e a barragem.

O “Vale”, que pretende levar o visitante a envolver-se com o vale do Tua em toda a sua dimensão, natural e humana. Numa área tunelar (foi criado um túnel em cortiça) é recriada uma cápsula temporal que direciona o visitante num percurso de milhares de anos, desde a dimensão geológica e natural do vale até ao seu povoamento.

A “Linha do Tua” tem como objetivo recordar e aproximar. A ideia é levar o visitante a recordar o caminho-de-ferro e compreender a realidade local, podendo envolver-se com o sentimento dos habitantes pela perda do acesso ao comboio. A ligação entre a via-férrea e os residentes do Douro e Trás-os-Montes é o momento que se celebra.

No tema “Barragem” quer-se levar o visitante a compreender este aproveitamento hidroelétrico como algo incontornável ao Tua, independentemente do posicionamento de cada um, demonstra-se a relação estabelecida pelo desenho do arquiteto Eduardo Souto de Moura, entre a paisagem e a exigência da tecnologia. A cenografia tenta demonstrar a coexistência da diversidade de opiniões, de paisagens e desenhos que culminaram no processo hídrico do Tua. Qual o papel fundamental da barragem do ponto de vista socioeconómico, do aproveitamento hidroelétrico na região e país, as preocupações culturais, patrimoniais e ambientais na conceção e construção.

O discurso museográfico do CIVT pretende despertar emoções e gravar-se na memória dos visitantes, através de dois contextos expositivos, a exposição de longa duração e as exposições temporárias.

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