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A Vila que se chama Flor

Do alto da Serra, desde o Monte das Capelinhas, a Senhora da Lapa abre o seu manto protetor abrigando a Vila, que tem nome de Flor, dos frios ventos do norte.

Ali, sem qualquer temor, ergueu-se a Póvoa de Além Sabor.

Um dia esta bela localidade foi visitada por Dom Dinis e nesse dia a comunidade encheu as ruas de flores de liz, que emanavam o seu delicioso perfume e apaixonaram o Rei cujo cognome é “o Lavrador” mas que muitos insistem em chamar de Rei Poeta.

“Vila Flor de Liz” assim rebatizou o monarca esta terra que o apaixonou e para a proteger mandou erguer, em seu redor, uma forte Muralha com cinco portas de entrada.

Resta apenas uma e é conhecida como o Arco de Dom Dinis.

Este episódio é contado com orgulho pelos vilaflorenses mas as marcas que a história escreveu nesta Vila são muitas mais:

– A fonte, que se chama romana mas que afinal é quinhentista, é disso exemplo. Conta o Povo que, em tempos, aqui se reuniam os homens bons do concelho;

– O Pelourinho de Vila Flor, símbolo do poder e da autonomia judicial, construído entre os séculos XII e XIII;

– Em frente o monumento mais imponente da vila, a Igreja Matriz do século XIII, casa do patrono deste concelho, o São Bartolomeu. Pela sua grandiosidade, de dia emana luz, à noite é iluminada com igual destaque, sobressaindo na serpentina de luminárias que em seu redor desenham a vila.

A Vila Flor contemporânea cresce a norte da Praça do Rossio, onde no Estado Novo se ergueu o edifício onde está instalada a Câmara Municipal.

Ao lado nasceu uma das obras mais arrojadas dos finais do seculo XX, o Centro Cultural, uma edificação contemporânea, que possui um dos auditórios mais belos e fascinantes do território.

Regressamos à história e às memórias.

O Museu Berta Cabral, fundado em 1957, por Raúl de Sá Correia, nasceu no Antigo Solar dos Aguilares, um edifício do séc. XII/XIII. Tem mais de 3000 peças, ofertas de filhos e amigos desta terra. Exibe coleções de pintura, arqueologia, etnografia, artesanato africano, arte sacra, numismática e medalhística e muito mais.

À saída da vila, Dom Dinis, o Lavrador, lembra-nos que Vila Flor é terra fértil, com uma enorme riqueza resultante da atividade agrícola, o azeite por aqui é rei, mas é também forte a presença da vinha e de grande diversidade de produtos frutícolas e hortícolas que crescem no Vale da Vilariça.

As amendoeiras pintam a paisagem de branco e rosa no final do inverno, na primavera abre a flor dos pessegueiros, numa cor rosa bem viva, criando mantos na paisagem que mais parecem de algodão doce.

Com o Verão chegam as colheitas e chegam também as grandes festividades do concelho.

A Festa da Nossa Senhora da Assunção, que se celebra no dia 15 de Agosto, em Vilas Boas, é uma das celebrações religiosas mais impactantes de toda a região. Milhares de peregrinos acodem a esta celebração à procura de um milagre ou de uma simples bênção para prosperar, para ter saúde, para alcançar a felicidade.

A 23 de Agosto as festividades religiosas em honra do padroeiro, o São Bartolomeu, misturam-se com a Feira dos Produtos da Terra, a Terra Flor, e com os concertos que animam as noites quentes de Verão e atraem multidões à sede de concelho.

Ainda no Verão um dos mais importantes polos de atração do concelho é o Complexo Turístico do Peneireiro. O Parque de Campismo, considerado um dos melhores do país, é um dos elementos de maior atratividades deste complexo que também possui piscinas, courts de ténis, campo de futebol e voleibol de praia, um bar com esplanada, restaurante, mini mercado, parque infantil e claro, as piscinais municipais.

Mesmo ao lado cresceu um “mini zoo”, onde alguns animais habitam e com facilidade se aproximam da cerca como se quisessem agraciar os visitantes.

Os Miradouros naturais proporcionam, em muitos casos, uma vista panorâmica de 360 graus que permite o olhar viajar por todo o Trás-os-Montes, sem limites nem fronteiras.

Uma excelente forma de conhecer e sentir Vila Flor é caminhando. O município possui já uma rede de percursos pedestres que cruzam aldeias, atravessam serranias, descem ao vale e acompanham no seu percurso o rio Tua. Passam por micro reservas e visitam locais imperdíveis como a Ribeirinha, O Vieiro. Freixiel, Vilarinho das Azenhas e tantos outros lugares que enchem de calor e afeto quem por lá passa trazido pelo rio.

Um rio que dá vida e que é vida, que nas suas águas frias e límpidas abriga uma grande diversidade de peixes mas também a lontra e o mexilhão do rio. Nas margens tem especial encanto a diversidade de aves, sendo uma das mais vistosas, pelas suas cores e luminosidade, o guarda-rios.

A flora é igualmente deslumbrante, nos vales destacam-se os lameiros, ladeados por árvores de grande porte, nas margens do rio florescem os líquens e é deste fabuloso conjunto, desta complementaridade que a natureza proporciona e o homem cuida, que nasce este lugar de magia e de sonho, que é o Vale do Tua.

Vila Flor é Tua!

DCIM101GOPRO

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