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Lugares Imperdíveis

Alijó: Pala Pinta: “Um lugar Transcendental”

Chega-nos como a primeira fotografia do Vale do Tua, plasmada na morfologia rochosa da pala granítica que manifesta e regista um conjunto integrado de paisagens, motivos humanos e serpentiformes, visíveis a partir do local, evidenciando, acima da linha do horizonte, singulares e inesperadas conjunturas astronómicas. A Pala Pinta afirma-se deste modo, também, como impressionante observatório terrestre e celeste. Trata-se de um lugar especial onde o sol, as estrelas ou quiçá um cometa, com diferentes intensidades de luz e respetiva cauda, assumem uma grande visibilidade, integrada numa unidade espacial onde coabitam humanos, as linhas do horizonte, as encostas e o inigualável perfil do monte da Senhora da Cunha. E se a representação global se associa à passagem de um cometa que cruzou os céus há 7 milénios, este recanto do Tua suplantará, em vários séculos, os mais antigos textos do crescente fértil babilónico, que referiram expressamente a passagem de fascinantes motivos cósmicos pelos céus, como era o caso da passagem de um cometa. Assim se perpetua o lendário fascínio das ermas fragas das arribas do Tua e o seu caráter mágico e tocante, que perpetua o histórico fascínio dos homens perante os fenómenos celestes. O Abrigo Rupestre da Pala Pinta foi classificado como Sítio de Interesse Público em 2010, por se constituir como um dos exemplos mais notáveis de abrigos com pintura esquemática da área transmontana.

Carrazeda de Ansiães: São Lourenço

Começa por ser um lugar de recolhimento e de silêncio. Talvez de abandono, de meditação e de magia que se pressente logo que, deixamos o lugar do Pombal e iniciamos a descida pelo meio de um mosaico de culturas mediterrânicas que se desdobram na encosta que vai ganhando vertigens até ao rio Tua. Os xistos coabitam com os granitos e os bosques são mediterrânicos e tendencialmente mais abruptos. O cenário impressiona, as montanhas contraem o canhão geológico, as águas sussurram aos nossos pés e as encostas exibem florestas e matagais intactos, atestando verdadeiramente uma natureza expressiva. Mas, em S. Lourenço, dão-se os milagres da água, que jorra das paredes. O santo assiste aos pedidos de cura e aos banhos sagrados na água sulfurosa, água fervente que o antigo deus Bormânico aquece, na forja de Vulcano. É um misto de crenças que se apropriam de quem procura bálsamo e cura para o corpo, o espírito e o reencontro interior. A magia envolvente é muito forte, porque está rodeada desse espírito tutelar, seja da Senhora da Cunha e dos seus cultos lunares, cujo perfil está à nossa frente, para os lados do Franzilhal, dos poderes das águas, da energia, da paz do lugar e ainda, subentendida por detrás da primeira montanha, o mágico abrigo da Pala Pinta e das suas fantásticas pinturas, verdadeiros outdoors milenares. Por tudo isto, a S. Lourenço, não se deve ir condicionado pelo tempo, antes predisposto a sentir um toque nos sentidos, que nos permita catapultar para outros mundos que a paisagem codifica.

Mirandela: Frechas

Frechas é um lugar onde a história e a Natureza se adensam! Inscrita num suave cabeço sobre o rio Tua e perdida nas memórias da história longínqua, o lugar faz-nos sentir bem. Acompanhou toda a história da ocupação humana na região e viu passar todas as águas de um rio cristalino. Com ele, estabeleceu profundos laços de cooperação, usando a sua frescura, a sombra do seu arvoredo, as águas que irrigaram terrenos, hortas e engenhos. Viu passar à sua porta estradas e comboios. De todos estes acontecimentos, guarda uma memória. Venha partilhá-la.

Murça: O Castro de Palheiros

O Castro de Palheiros é um povoado proto-histórico, localizado num sítio excecional, soerguido num pico ou arriba bem visível na denominada “bacia de Mirandela”, situado a Sudeste da aldeia com o mesmo nome e, geologicamente, enquadra-se próximo da zona de fronteira entre rochas metassedimentares e granitos. A aproximação ao promontório faz-se através de uma paisagem matizada de pinhais e estevais, de culturas de oliveiras e amendoais e finalmente, através de uma encosta de características bem mediterrânicas, pejada de rosmaninhos, de azinheiras e de mais espécies autóctones. A ocupação deste cabeço, embora remonte ao Calcolítico e com abandono nos finais do III milénio aC, acabou por ser reocupado e de forma mais intensa já na Idade do Ferro, por volta do séc. V aC. A ocupação urbanística e espacial, enquadrada pelos taludes pétreos, adequou-se à topografia do morro e sedimentou-se durante uma longa cronologia temporal, que terá terminado já no séc. I dC, altura em que um incêndio terá dizimado todo o povoado. Das intervenções arqueológicas realizadas, resultou importante acervo de fragmentos e objetos, que poderão ser visitados no centro interpretativo do castro, integrando um espaço museológico, que funciona in situ e, a partir do qual, se tem uma perceção da posição estratégica que ocupa, dominando o olhar em todas as direções, impondo-se no quadro da geografia castreja do vale do Tua. Finalmente, este promontório tem uma acrescida e complementar importância, como lugar de visita, de miradouro, de usufruto, de contemplação da natureza e como excelente observatório de estrelas, de plantas, de aves e de “leitura” geológica, bem assinalada na sua característica crista quartzítica. Um assomo de grandiosidade telúrica na Terra Quente Transmontana, de onde se pode ter uma deslumbrante vista sobre o Vale do Tua e para as serras da Garraia e de Passos.

Vila Flor: Percurso pedonal Vilarinho das Azenhas

Em todo o Vale do Rio Tua não existe percurso mais plano, mais verdejante e mais equilibrado com a paisagem humanizada, como a estrada térrea que liga estas localidades, em permanente convívio com o rio selvagem e a linha do caminho-de-ferro. É uma jóia da oferta natural do Parque e que justifica uma visita por ser um santuário inigualável da paisagem ribeirinha.

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